Aumento de casos na região Norte e riscos climáticos impulsionam ações de prevenção e controle em Goiás
O Brasil registrou casos de febre do Oropouche em várias regiões do país. Segundo a superintendente de Vigilância em Saúde de Goiás, há a possibilidade do vírus se espalhar para Goiás devido ao aumento das epidemias de arboviroses relacionadas ao aquecimento global e às mudanças climáticas. Nesse sentido, o Hospital Estadual de Formosa (HEF), unidade do governo de Goiás administrada pelo Instituto de Medicina Estudos e Desenvolvimento (IMED), faz um alerta para a necessidade de intensificar a vigilância e as medidas preventivas para conter a disseminação do vírus.
A febre do Oropouche (FO) é uma doença viral que, a partir de 2023, mostrou um aumento significativo nos casos detectados. Esse crescimento está associado à descentralização do diagnóstico biomolecular (presente nas células dos seres vivos), que passou a ser realizado nos Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen) em todo o Brasil. Em 2023, foram diagnosticadas 831 amostras por meio de biologia molecular (RT-PCR) que confirmaram a presença do vírus Oropouche (OROV).
Mesmo sem nenhum caso registrado no estado de Goiás até o momento, a Secretaria da Saúde de Goiás (SES-GO) anunciou, nesta quarta-feira (7/08), que já monitora o cenário de alerta para febre do Oropouche. O cuidado vem depois que o Ministério da Saúde chamou atenção para o registro da doença em quase todos os municípios do Brasil. Em Goiás, a Secretaria da Saúde já analisou em 2024, no Laboratório Estadual de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (Lacen), mais de 2 mil amostras que chegaram ao local para testagem de dengue, zika, chikungunya e que acabaram também sendo examinadas para a febre do Oropouche. A pasta, porém, acredita que é só uma questão de tempo para que casos sejam registrados no estado.
Transmissão, diagnóstico e tratamento
O Oropouche é transmitido principalmente por picadas de mosquitos, mas também pode ser transmitido por outros vetores, como flebotomíneos (mosquitos-palha). O contato humano com o vírus pode ocorrer em áreas endêmicas. Devido às mudanças climáticas e aos fatores socioambientais que favorecem a ocorrência das arboviroses, o vírus e o mosquito se proliferam. O vírus é encontrado principalmente na América do Sul e Central, incluindo países como Brasil, Venezuela e Trindade e Tobago. Sua presença tem sido associada a surtos em áreas urbanas.
A infecção pelo vírus pode causar febre, dor de cabeça, dores musculares e, em alguns casos, pode levar à encefalite. Os sintomas geralmente aparecem de 3 a 7 dias após a infecção. Casos de febre foram detectados, na sua grande maioria, em pessoas jovens do sexo feminino, com 746 infectadas na faixa etária de 20 a 29 anos, e no sexo masculino, 738 na mesma faixa etária.
O diagnóstico é feito por meio de testes laboratoriais, como PCR (Reação em Cadeia da Polimerase), que detectam uma região específica de DNA no corpo humano, ou por sorologia. Atualmente, não há tratamento antiviral específico; o manejo é sintomático.
Para a enfermeira coordenadora do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) no HEF, Rayene Sousa, diz que a prevenção é a melhor estratégia. “Para prevenir a febre do Oropouche, recomendamos evitar áreas com alta incidência de mosquitos, usar repelentes regularmente e eliminar locais com água parada, que são potenciais criadouros de mosquitos. Essas medidas são essenciais para reduzir significativamente o risco de infecção”, conclui Rayene.
Caso apresente sintomas de febre, é crucial que procure atendimento médico. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para evitar complicações e garantir uma recuperação rápida e segura.
Assessoria de Comunicação do HEF