Atuação da equipe multidisciplinar contribuiu para o governo de Goiás registrar aumento no procedimento em 2023

IMED - Instituto de Medicina, Estudos e Desenvolvimento | HEF - Hospital Estadual de Formosa | Captação de órgãos
Equipe multidisciplinar do HEF na sala de cirurgia da unidade

Goiás registrou aumento de 59% na doação de órgãos neste ano e o Hospital Estadual de Formosa (HEF), com administração do Instituto de Medicina, Estudos e Desenvolvimento (IMED), tem se destacado. Com 5 captações realizadas, a unidade conta com uma equipe altamente qualificada, que atua com ética, empatia e respeito na abordagem das famílias envolvidas. É sempre um momento delicado, por isso oportunidades como a Campanha do Setembro Verde são enfatizadas no hospital como uma chance de levar mais esclarecimento e, assim, diminuir a resistência e os medos que a doação ainda provoca. 

“A população precisa ter conhecimento dos diversos parâmetros que são necessários. É uma sequência de eventos para que o diagnóstico da doação possa ser realizado. Além disso, a captação é feita de acordo com o direito da família, que detém o poder de decisão. E, para essa autorização acontecer a família precisa da declaração do ente querido em vida de que ele é um doador. Assim, torna-se mais fácil para a família optar e decidir pela doação, especialmente naquele momento de gravidade e sofrimento”, explica Oliver Vilanova. O médico coordena a UTI do HEF e é presidente da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT)

Equipe multidisciplinar

Para Vilanova, o ambiente multidisciplinar que inclui vários profissionais é o diferencial que traz a excelência para o trabalho. “Não existe nenhuma profissão que tenha um tom superior à outra, cada um tem as suas possibilidades, necessidades e sua intervenção no paciente, então a multidisciplinaridade faz toda a diferença quando se maneja um paciente crítico. E em uma captação de órgãos nós precisamos do apoio multiprofissional tanto para o diagnóstico, quanto para abordagem familiar e para o suporte ao paciente crítico”, afirma.

Bruna Queiroz, coordenadora da enfermagem na UTI, conta que além das equipes do HEF, existem ainda muitas pessoas atuando nesse processo. “Nós iniciamos a CIHDOTT aqui no HEF depois de entendermos que, por atender uma macrorregião, teríamos uma atuação importante. Hoje, temos o marco de 5 captações efetivas. Contamos com todo o apoio e suporte da Central Estadual de Transplantes da Secretaria de Saúde do Estado de Goiás e da Organização de Procura de Órgãos (OPO). A partir daí, quando suspeitamos de um protocolo, contamos com o apoio deles para prosseguir com as etapas, que também envolvem uma parte legal e logística. Desde as equipes de saúde do hospital até o motorista que nos apoia, todos trabalham com o mesmo objetivo”, detalha.

Recusas

No Brasil, a cada 4 potenciais doadores, somente 1 doa órgãos. É o que mostra o Sistema Nacional de Transplantes, do Ministério da Saúde, com dados de 2021. O mesmo levantamento também aponta que cerca de 40% das famílias consultadas se recusam a doar órgãos dos entes que partiram. No estado de Goiás, a recusa das famílias chega a 63,4%, segundo os dados divulgados pelo Governo ao lançar a Campanha Setembro Verde, no início do mês. Segundo Luiza Kalil, psicóloga do HEF, os principais motivos de recusa estão ligados a falta de conhecimento.  

Luiza conta que é comum o pensamento de que a doação seja uma invasão ao corpo do ente querido e também há um sentimento de culpa ou negação em prosseguir após o fechamento do diagnóstico de morte encefálica.

“Por isso, é necessário um bom acolhimento para obter maior aceitação, salientando a importância e desmitificando todas estas questões culturais, bem como validando as emoções desses familiares. É importante deixar claro que o paciente será preservado de forma digna, com muito respeito e empatia, e que o ato de doar é uma forma de deixar o seu legado de vida em expansão, auxiliando quem necessita”, afirma a psicóloga.

Fila de espera

No país, mais de 65 mil pessoas aguardam na lista de espera por órgãos, um dos maiores números dos últimos 25 anos. A posição da pessoa na fila depende de uma combinação de tipagem sanguínea, compatibilidade de peso e altura, genética e critérios de gravidade distintos para cada órgão. Quem regula a fila é o Sistema Único de Saúde (SUS) e independe de ser um paciente da rede pública ou privada.

Assessoria de Comunicação do HEF

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